Quem vê caras não vê corações, já diz o povo na sua ancestral sabedoria.

O mesmo se aplica às Gaivotas que não sendo todas iguais, também têm percursos de vida diferenciados.

Ora, não temos como saber da "vida" da Gaivota, mas temos a oportunidade de conhecer os seus feitos. Maravilhosas viagens que determinam, e consolidam, a nossa admiração pelas aves migratórias e, em particular, para com esta Gaivota que está na foto.

Esta Gaivota-de-asa-escura (Larus fuscus) foi anilhada na localidade de Troon (Grã-Bretanha), a sudoeste de Glasgow, no dia 01/09/2017. Percorreu 1804 kms em 1156 dias e foi avistada pela primeira vez na Nazaré no dia 31/10/2020, três anos depois.

Existem aves que percorrem mais quilómetros em menos tempo, é verdade. Mas o gosto que nos dá contribuir para informar o Centro Nacional de Anilhagem sobre a observação de uma qualquer ave com anilha, sendo que essa informação é reportada ao anilhador, suplanta a questão da distância relativa percorrida por uma qualquer ave.

Portanto, caros amigos, quando virem uma ave com anilha, não se esqueçam de tirar umas fotos e reportar. Vão verificar que ficarão felizes em saber qual a viagem extraordinária que essa ave fez.

Tal como o "Fernão Capelo Gaivota", título de um fabuloso livro de Richard Bach.