Eu sou o Pintassilgo.

Dizem, como se eu não soubesse, que sou dos pássaros mais bonitos que os humanos conhecem.

Sei que sou multicolor, que gosto de cantar, saltitar entre a vegetação e que quando voo, faço-o com muita rapidez.

Também dizem que sou um pássaro de gaiola e que me adapto bem a esse meio fechado. Não é verdade. Canto de tristeza quando estou enclausurado, porque eu nasci para ser livre, como uma ave deve ser. Nasci para  “pintar” e dar som aos campos, juntamente com as outras aves.

Todas diferentes, todas iguais.

Eu sou, como disse, o Pintassilgo, mas alguém inventou que o meu nome científico era Carduelis carduelis e que a minha família são os Fringillidae -aqueles que têm muita coloração - como o Tentilhão e os meus inúmeros primos Pintarroxos, entre outros.

Seja como for, eu sou apenas um simples Pintassilgo. Um pássaro pequeno, é verdade, mas muito bonito e quanto ao cantar, amigos, sei que o faço bem.

Mas, o que sinto mais profundamente e com muita tristeza, como ave que sou, é a luta constante que temos para arranjar alimento, uma vez que a espécie que me deu o nome teima em reduzir os férteis campos onde eu e os meus amigos colhemos o alimento para a nossa sobrevivência há milhares de anos!

No entanto, a julgar pela fotografia que este fulano me tirou, não estou assim tão mal, pois não?